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quarta-feira, janeiro 07, 2004

Diagnóstico Frize (10) 

Artigo 10 – ASSINATURA - Uma boa assinatura arregala os olhos, esboça sorrisos, suspira ou franze sobrolhos. Uma boa assinatura não se limita a condizer com o cérebro porque está certa, ela é provocadora, porque provoca uma reacção física na audiência. Em resumo, uma boa assinatura é um conjunto de palavras provocador e memorável que encapsula o benefício.

Consumering 10.1) A ASSINATURA da MARCA encapsula o benefício?

Fernando Oliveira: "FRIZE -> Até para quem não gostava de água com gás". Evoca a diferença, e é genuína. Resulta do testemunho de inúmeros consumidores: FRIZE é bebida não só pelos consumidores tradicionais de água com gás, mas sobretudo conseguiu introduzir este hábito a quem nunca o teve. O resto do benefício infere-se daqui.


Consumering 10.2) A ASSINATURA é provocadora e memorável?

Fernando Oliveira: Esperamos que sim.

Consumering 10.3) A ASSINATURA inclui o nome da MARCA?

Fernando Oliveira: Não directamente, mas nunca é desligada

Diagnóstico Frize (9) 

Artigo 9PERSONALIDADE - O luxo dos balcões de um banco ajuda os consumidores a depositarem o seu dinheiro, da mesma forma que a qualidade de som de uma aparelhagem é proporcional ao número de botões e luzinhas da caixa. Em ambos os casos, o consumidor usa os sinais exteriores para identificar a personalidade da marca e prever o seu desempenho

Consumering 9.1 – Se a MARCA fosse uma pessoa como era?

Fernando Oliveira: Jovem, ambiciosa, com um forte sentimento de realização pessoal, irreverente, informal, persistente, bem-disposta, reformista

Consumering 9.2 – Essa “pessoa” é a mais indicada para fornecer o MOTIVO DE COMPRA ao GRUPO ALVO?

Fernando Oliveira: Sem dúvida.

Diagnóstico Frize (8) 

Artigo 8 PUBLICIDADE – “Não é nenhum mistério que a publicidade deve veicular a mensagem que transforma um consumidor céptico num cliente.
1º) A barreira. O que é que o consumidor faz hoje e porque é que o faz?
2º) A mensagem. O que fará o consumidor olhar para o assunto de forma diferente
3º) O resultado. O que é que se espera que o consumidor faça.”


Consumering 8.1) Qual a principal razão pela qual os consumidores não compram a Marca?

Fernando Oliveira: Primeira dificuldade: Distribuição. O caminho para o crescimento de uma marca pequena é penoso, na conquista de espaço face às marcas instaladas. É preciso gerir adequadamente o trade-off entre a amplitude da distribuição e os investimentos em notoriedade. A única solução é não perder o enfoque no Valor criado para o Cliente, quer através de margens, quer através de "custo de oportunidade": nenhum distribuidor se pode dar ao luxo de dizer "não" a um consumidor durante um período de tempo alargado, mas nenhuma marca suporta investimentos fortes em publicidade se não tiver distribuição.


Consumering 8.2) É através da publicidade que melhor se resolver esse problema?

Fernando Oliveira: Fazendo referência à resposta anterior, a publicidade não é uma solução única, é parte indispensável do processo de criação de Valor


Quantas marcas se lançam ao mercado antes de terem a casa arrumada? Quantos Gestores esperam encontrar na publicidade a solução milagrosa para os seus problemas? Se não tem nada para dizer, não diga.

Diagnóstico Frize (7) 

Artigo 7MENSAGEM - o mercado está cheio de ideias ocas que tanto podiam ser margarinas como fraldas. Ele é marcas com soluções, sempre melhores, positivas, a pensar em si, sentimentais e até onde for preciso. Um mundo de lugares comuns que além de não serem distintivos também não são verificáveis nos produtos que deviam promover


Consumering 7) Em linguagem de consumidor como é que se descreve o MOTIVO DE COMPRA?

Fernando Oliveira: Consideração genérica: um determinado estilo de comunicação ou uma determinada mensagem só são distintivos quando são apropriados prioritariamente por uma marca. Isto é, é o "chegar primeiro" a um determinado território que seja credível, com força suficiente para se "estabelecer" que, com o tempo, se transforma numa "personalidade", numa "cultura".
Assim, o "fazer diferente" é uma condição indispensável para se adquirir uma personalidade própria.
Dito isto, e no caso da FRIZE, o Motivo da Compra -> "Beber Fresca, e quando se está bem-disposto", está presente em tudo, desde o nome à embalagem, à comunicação. Por ter sido a primeira marca a apostar claramente neste posicionamento, e por continuar fortemente a investir em comunicação e imagem neste eixo, leva vantagem sobre qualquer outra que se tente apropriar do conceito.




Saber como o MOTIVO DE COMPRA se traduz em linguagem de gente normal é meio caminho andado para prever se o consumidor consegue perceber o que a marca lhe propõe.
Por exemplo, o que dizer de uma marca que se define como: "um grupo financeiro universal, multiespecializado, predominantemente focalizado no negócio de banca comercial e na actividade doméstica"?

Diagnóstico Frize (6) 

Artigo 6 - GRUPO ALVO - "Grupo Alvo é um conjunto homogéneo de consumidores que se interessa por determinada proposta. Logo, um Grupo Alvo é algo singular. Aliás, ver mais do que um alvo, se não for sinónimo de embriaguez, é de tiro ao lado. Assim, o Grupo Alvo das marcas deve ser aquele que mais quer o benefício e que seja suficientemente numeroso para sustentar o negócio."

Consumering 6.1) Qual é o grupo alvo da MARCA?

Fernando Oliveira: O grupo alvo é o de consumidores de bebidas com gás sem álcool.


Consumering 6.2) O GRUPO ALVO é:
6.2a) Homogéneo?
6.2b) Interessado pelo motivo de compra?
6.2c) Suficientemente numeroso para sustentar o negócio?

Fernando Oliveira:
a) Não é homogéneo
b) Sim, claramente. Este público alvo reconhece-se nas marcas e na sua personalidade, é muito exigente quanto a padrões de qualidade, e está sempre pronto para avaliar as inovações e as propostas mais actuais.
c) Seguramente.



Curiosamente a resposta à pergunta 6.2a) é "não". Pode ser porque grupo alvo não é bem este ou então é porque a pergunta não é pertinente.
Qual será o valor de ter um grupo alvo homogéneo? Em princípio vale a pena ter um GRUPO ALVO homogéneo porque reagirá homogeneamente à comunicação para massas (à publicidade) e depois porque costuma ser mais fácil de contactar.
Se o grupo alvo da Frize é diverso no sentido que reage de forma oposta ao mesmo estímulo (por exemplo, tanto odeiam o Pedro Tochas como o acham a última/próxima coca-cola do deserto) então pode ser que valha a pena redefinir o Grupo Alvo.

Diagnóstico Frize (5) 

Artigo 5NOME - Nome ou marca são a mesma coisa. Se uma marca tem valor, tem-no enquanto estiver associada a um produto ou serviço que proporciona esse mesmo valor.
Caso em que um produto novo ainda não tem nome. A melhor decisão é escolher um nome que à partida remeta para a razão de compra do produto, mal não faz.
Normalmente os nomes dos produtos são neutros, bastando deixá-los ser como são e aumentar a sua identificação pelo grupo alvo

Consumering 5.1) O NOME é conhecido?
(se responder "sim", então siga para 6)

Fernando Oliveira: Sim

Consumering 5.2) O NOME remete para o MOTIVO DE COMPRA? Como é que o poderia fazer?

Fernando Oliveira: Agora já não se aplica, mas quando a marca foi criada, houve que escolher um nome, e a escolha justifica-se da seguinte forma:
O nome FRIZE não quer dizer nada, apenas alude a uma coisa que dá muito jeito: FRIO => REFRESCO.
Não se consegue colar a ideia de frio a "Pedras Salgadas", nem ao belo Palace de Vidago, mas já com a FRIZE... Frize podia ser nome de gelado, de refrigerante, de outra coisa qualquer mas... fresca!
Chegamos então ao motivo de compra: devo beber FRIZE Fresca => se for Fresca não é seguramente remédio => se for Fresca é porque devo estar com Sede => Verão => Calor => Férias => Prazer.


Diagnóstico Frize (4) 

Artigo 4 - APROPRIAÇÃO - A forma de inovar sem entregar o ouro ao bandido é a apropriação de um conceito e inovar nesse conceito. Se não for possível então, não basta inovar, há que revolucionar. Depois de escolhida a razão pela qual se pretende que os consumidores comprem o produto, a missão é satisfazer essa razão de compra “como ninguém”.


Consumering 4.1) A MARCA é dona do conceito "MOTIVO DE COMPRA"?
MOTIVO DE COMPRA = “compre FRIZE porque é uma água leve, bem-disposta e moderna”

Fernando Oliveira: Acho que sim. Mas não confio. Os estudos dizem isso. Mesmo os que fizemos antes da campanha deste ano. A Millward-Brown tem um estudo que se chama "Brand Dynamics", que fizemos há um ano, e que dava a Frize com uma "voltagem" enorme, isto é, era a que tinha mais probabilidades de crescer. Comparando a "assinatura" (que é algo parecido à "personalidade") da marca, resultaram exactamente aqueles adjectivos.
Se isto dura para sempre? Nada é eterno.



Se a resposta a 4.1 for “sim”, então siga para o artigo 5, se for “não” responda
Consumering 4 2) Como é que a MARCA pode revolucionar o mercado/distribuição/produto para se tornar imbatível no “MOTIVO DE COMPRA”?



Reflexão: Uma marca que, não sendo o operador histórico, também não é melhor do que a concorrência, o que é que anda a fazer?

Diagnóstico Frize (3) 

Artigo 3 - DIVERSIFICAÇÃO - "Desleixar o que se faz bem na ambição de fazer outra coisa ao mesmo tempo é o pecado capital dos gestores de marca. Convencidos que têm na mão clientes ordeiros e respeitadores, os gestores tratam de levar as suas marcas para novos mercados onde o benefício da marca não faz grande sentido. Os resultados são geralmente maus"


Consumering 3.1) Em que mercados/categorias a marca está?

Fernando Oliveira: Águas com gás. Com e sem Sabores. Sede. Prazer.
(a resposta não é directa e unívoca, exactamente porque o Consumidor nem sempre cataloga os momentos de consumo de acordo com os padrões industriais; a pergunta aqui é “tenho sede, o que me apetece beber?"; o que sempre procurámos fazer e em larga medida conseguimos foi abrir um pequeno espaço no cérebro que nesse momento está povoado de imagens como Coca-Cola, 7Up, Sumol, etc etc, e meter lá um pedacito que diz Frize).



Consumering 3.2) Em que mercados pensa/poderia estar?

Fernando Oliveira: Bebidas com gás. Mesmo que o consumidor médio naturalmente não faça as mega-distinções que a indústria lhe atribui como "colas", "lima-limão", "frutas", etc., a primeira distinção que faz é "com ou sem gás?". É aí que a Frize quer estar, e em certa medida já está.


Para cada um dos mercados, actuais e potenciais, responder
Consumering 3.3) Faz sentido dizer: “Compre MARCA-versãoX" (em vez da concorrência) porque MOTIVO DE COMPRA DA MARCA?”

Fernando Oliveira: Não me ocorre uma resposta aqui que não seja redundante face às anteriores. O que se passa é que já acho que definir o mercado como "bebidas com gás" (obviamente sem álcool) abre suficientemente o âmbito potencial e os atributos descritos acima mantêm-se compatíveis.
"Bebidas sem gás", neste momento acho que não cola com a marca, uma vez que ainda há muito a fazer no "com gás". E haveria o risco sério de dispersar a atenção.
Até ao momento em que uma marca comece a apresentar sinais de desgaste, abrandamento de vendas, dificuldade de crescer, acho que não faz muito sentido correr grandes riscos e pô-la a fazer coisas para a qual não está vocacionada.




Estas respostas são pouco específicas, não convém que a concorrência conheça os planos da Frize. Um melhor exemplo pode ser: A Smart planeia lançar um hatchback de 4 lugares (parecido com o Fiat Punto). Faz sentido? Será Smart?

Diagnóstico Frize (2) 

Artigo 2 - Herança - "Para saber se uma marca está a honrar a sua herança, há que comparar o Motivo de Compra com o que o cliente sabe da marca (a Herança). Se o posicionamento for a melhor face da herança a proposta tem pernas para andar. Se não, mais vale aceitar a herança tal como ela é e adoptar melhor face da Herança como Motivo de Compra."


Consumering: 2.1) O que é que os consumidores já sabiam/sabem da MARCA?

Fernando Oliveira: Desde sempre a primeira reacção dos consumidores FRIZE à pergunta sobre atributos do produto foi "Leve". Estudos recentes indicam que a Frize ganha claramente à concorrência em atributos como "Modernidade", "Boa Disposição", "Irreverência", "Inovação".


Consumering: 2.2) O MOTIVO DE COMPRA: "Compre MARCA (em vez da concorrência) ___________" é a melhor face da herança?

Fernando Oliveira: Foi assim que foi concebida: quando começámos o mercado de consumo de água com gás por motivos "lúdicos", ou de "prazer" era muito restrito. Quisemos diferenciar exactamente por aí, procurando fazer crescer esse mercado. Agora somos vistos claramente como "pioneiros" e "inovadores" nessa atitude. Em mercados como este, "candeia que vai à frente alumia 2 vezes". O consumidor é inteligente, premeia quem inova e penaliza quem copia.


As marcas que têm uma resposta para o artigo 1, devem passar esta fase com relativa facilidade. As que não têm uma resposta para o seu Motivo de Compra o primeiro sítio para o procurar é na Herança.

Diagnóstico Frize (1) 

Com a colaboração de Fernando Oliveira, responsável pela Divisão de Águas da Compal, diagnosticamos a marca FRIZE, ponto a ponto, artigo a artigo. Um exercício a repetir, com outras marcas, em regime de faça você mesmo.


Artigo 1 - Motivo de Compra - "O bom Marketing é a característica dos produtos (serviços, ideias, etc.) que apresentam um benefício inequívoco e que por isso mesmo os consumidores os compram. Gerir o marketing é tornar a razão pela qual os clientes devem comprar o produto proeminente e verificável"


Consumering:1.1) Preencher o espaço: “Compre MARCA (em vez da concorrência) porque __________________”

Fernando Oliveira: "compre FRIZE porque é uma água leve, bem-disposta e moderna"


Consumering: 1.2) Justificação (um parágrafo se necessário)

Fernando Oliveira: Fazemos com frequência (está um em curso) estudos de mercado sobre a marca e o produto, e é isto que automaticamente as pessoas referem; sobre o produto, a leveza é a principal característica distintiva que ressalta espontaneamente; mais recentemente, a excelência dos Sabores. Sobre a "atitude", é isto que essencialmente os consumidores retiram da comunicação e da embalagem - a grande maioria dos nossos consumidores revê-se no estilo e na forma da nossa irreverência e modernidade. Como corolário disto tudo, à pergunta "qual a marca de águas mais inovadora", a Frize ganha sempre destacada.



A cada dia, um artigo, uma questão, uma resposta. A acompanhar e imitar com as próprias marcas, se quiser correr o risco.
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